7.12.07

A cultura do esculacho se agrava no fim-de-ano

É só chegar dezembro e a temperatura subir para o Rio de Janeiro virar a capital mundial do esculacho.
Todo mundo com pressa, tentando comprar os presentes de Natal, enfrentando a fila das lojas americanas, se maldizendo por ter esquecido de pegar o durex na ida para o caixa, contando os minutos para chegar logo a folga de fim-de-ano, e o suor escorrendo, e as ruas lotadas, e o trânsito, e os turistas, e os pedintes, e os 171s, e os meliantes...

A cidade vai se transformando num Todos X Todos.
Ontem, entrei no ônibus com uma nota alta na mão e o cobrador simplesmente me EXPULSOU:
- Tem troco, não. Vai ali no pipoqueiro trocar.


Vou repetir:
"Vai ali no pipoqueiro trocar!"

Ele queria que eu saísse do veículo, comprasse um saco de pipoca, mesmo estando de dieta, mesmo não gostando tanto assim de pipoca, para fazer o trabalho dele que é de o TROCADOR (ou seja: pessoa que troca o dinheiro, hellou).

Isso sem contar que o pipoqueiro,
que vende o saquinho a 2,00,
mais barato que o preço da passagem (que era um frescão de 3,70),
só de olhar para minha nota também ia acabar
me mandando comprar uma palavra-cruzada no jornaleiro,
que me mandaria comer um pão de queijo no Rei do Mate,
que me perguntaria por que eu não dava uma passada lá na fármacia Pacheco, para ver se eu encontrava um Afrin...


De esculacho em esculacho, eu iria sendo massacrada em
em todas as biroscas cariocas até chegar em casa - a pé!

Diante dessa perspectiva e já meio esmagada e catatônica pelos
diversos episódios desse nível que ocorreram durante o meu dia, fui fraca e simplesmente aceitei:
- Eu vou. Mas senhor vai ter que me esperar, hein!

Olha como são as coisas: chamei ele de senhor!
Dei três passos para fora, olhei para aquela montanha de pipocas-doce e, num lapso de lucidez, peguei outro ônibus.
E ele, claro, não me esperou.

Cansativo, né?

p.s: Foi por causa de um desses esculachos
que não irei a São Gonçalo no sábado. Peço desculpas às meninas que estavam animadas,
principalmente à Mari e à Lílian, e prometo que vou arranjar outro jeito da gente se encontrar.

p.s: Leia o post abaixo e opine: será que fui esculachada só por que estou com lepra no nariz? Faria sentido...

3.12.07

Nasceu uma couve-flor no meu nariz

Você quer mostrar ao mundo que está ÓTIMA,
... que a demora na obra do seu apartamento é uma boa oportunidade para treinar o desapego dos bens materiais,

... que o plantão de Ano Novo vai ser animado,

... que o fato de sua mãe estar a 24 mil kms não te afeta, já que você é uma mulher adulta,

... que sua irmã mais nova estar em trabalho de parto há 10 horas, sem que o neném nasça, é uma coisa da natureza da vida, afinal, se ela fosse índia...

... e que a ausência do seu marido dois domingos sim, um não, é apenas uma fase transitória no trabalho dele.

Mas, apesar do seu esforço, ela aparece. E mostra ao mundo que tudo isso talvez seja demais para você: a herpes no nariz.

Primeiro Dia - Surgem pequenas bolhas aguadas e meio vivas. Todo mundo começa a te olhar estranho na rua.

Quarto dia - As bolhas viram feridas purulentas e as pessoas mais próximas deixam de gostar de você. Seu marido não te beija mais, seu chefe desvia o olhar. Você não pára de cutucar num processo totalmente autodestrutivo.


Sexto Dia - As casquinhas começam a soltar e você é tratada pior do que uma leprosa. Mas nem tudo está perdido: o fim está próximo e o ciclo da doença já vai terminar.
Reze para não ter uma recaída!


Olha ela aí, ainda na fase inicial, presente em todas as fotos, no evento no Terrazza do Via Parque.
Ache a herpes nas imagens abaixo...
Quatro amigas, quatro livros - cada uma levou um! Oba!

Gabriel Vieira e Nathália Souto: Camila e Bruno de "Plano B - A PEÇA."

Casal gracinha: Laís e Júnior, ele quase pedeu o jogo!

29.11.07

Evento no Sábado!!! Quem Vai?

O pessoal da livraria está tenso!
Os convites não ficaram prontos a tempo e eles não conseguiram divulgar como queriam.
Será que vou ficar lá sozinha?!!!!!
Quem me ajuda a não pagar mico?
Dia 02/12 - 17h
Via Parque Shopping
Livraria Terrazza Ducale
Av. Ayrton Senna, 300 - Entrada E
Barra da Tijuca

DICIONÁRIO DE CECILHÊS - O fofo idioma da minha filha de três anos

Uma mamãe orgulhosa anuncia o surgimento de mais uma palavra no pecular idioma da sua fofuska:

Piolho-de-pão!

(se referindo ao miolo)

Essa teve a quem puxar!

26.11.07

EXCLUSIVO - Imagens Proibidas

Quem visita meu blog, tem seus privilégios.

Essa imagem aí de cima é exclusivérrérrima. Proibidona.
Paparazzi estão se debatendo por ela. Melhor salvar com o botão direito do mouse, antes que retirem do ar.

Ainda NÃO é a capa oficial do meu próximo livro Micos de Micaela, mas poderia ser...

Pedi para minha editora linda, a Ana, trocar os macaquinhos. Queria eles mais hihihi, safadinhos, rindo dos micos alheios, deixando a banana no caminho para alguém escorregar.

Mesmo não sendo A CAPA, já dá um gostinho e a ainda me faz me sentir meio J.Rowling, divulgando segredos antes do lançamento, fazendo revelações íntimas sobre os personagens..
(e o Dumbledore, hein? Aquele senhor tão elegante...)

Ah -- e o texto impresso nas orelhas (as do livro e não dos macacos) é muito bom.
Pena que não dá para ler.
Ainda.



17.11.07

DICIONÁRIO CECILHÊS - O Fofo Idioma da minha filha de 3 anos

Nova expressão: Lula-sem-cabeça....
(E olha que ela nem estava querendo se referir ao presidente decapitado)

Ela simplesmente acha que aquele famoso personagem do folclore...
vive no mar...

15.11.07

Só eu e os mendigos

Centrão.
De plantão no feriado.
Pela Cinelândia, só eu e os mendigos.
Eles, de folga.

Série Barulhinhos Insuportáveis 2: O ASSOBIO

Vamos refletir:
O que leva uma pessoa a, do nada, sem razão, larari-larará, geralmente num local público, contrair os lábios num biquinho e soprar aquele som?

Reproduzir uma música é que não é.
Já que, para isso, o sujeito poderia abrir a sua boquinha e simplesmente cantar, o que seria muito mais eficiente.

Além disso, o assobio é sempre um improviso, uma melodia que surge na mente do assobiador, sem nenhuma preocupação de manifestação artística, um capricho, quase um passatempo.

Outra coisa: um assobiador nunca acha que está incomodando. É como o fumante, que, mesmo impregnando o ambiente de fumaça, considera estar num momento superseu.
E pior: considera estar levando alegria ao mundo.

Tente pedir com gentileza:
"Vem cá, dá para o senhor parar de assobiar, por favor?"

Ontem, no ônibus,
um cara veio assobiando,
saltou comigo assobiando,
atravessou três ruas comigo assobiando.
Tentei driblar ele na Santa Luiza com Rio Branco,
mas o sinal de pedestre fechou e, após um breve oásis de silêncio, já estava novamente atrás de mim.

Enquanto esperava desesperadamente que o sinal abrisse,
para que pudesse sair correndo, eu me perguntava:
Por que?
Por que, meu deus?
Qual é o objetivo dele?
O que ele sente quando assobia?
Será o assobio relaxante como um mantra?
Não daria para assobiar mentalmente?

Na multidão do Centro do Rio, o assobiador desapareceu para infernizar outras vidas.

Mas, sabe...
Ainda me sinto insegura.
Nunca estaremos livres deles.

P.S: Uma vez hospedei um assobiador por uma semana.
Chegava a me trancar no banheiro para chorar.

P.S2: Me digam: quem, em sã consciência, namora um assobiador?!!!

13.11.07

Série Barulhinhos Insuportáveis: O RONCO

O ronco nunca foi útil mesmo.

O macho da nossa espécie ronca por uma questão de sobrevivência.
Volte a ampulheta do tempo para a pré-história:
Você e seu novo namorado homo sapiens estão dormindo ao relento.

No escuro da floresta, uma onça se aproxima sorrateira prestes a - NHAC! - devorar vocês dois.

De repente, ela ouve aquele quase rugido - RONC - e, quem sabe (se for uma onça meio medrosa e sem a mínima fome) - pense duas vezes antes de fazer a boquinha da madrugada.

A idéia até que é boa -- em tese --, mas é claro que nunca funcionou na prática.
Que onça ia fugir de um ronco?
Um coelhinho vá lá. Um quati, um porquinho da índia.

A questão é que hoje, sem onça, sem floresta, o ronco, que já era uma ferramenta desnecessária desde sua criação, não faz o mínimo sentido.

Desde que meu apartamento entrou em obra, minha vida está reduzida a um quarto onde durmo com toda a minha tribo reunida, composta por:

- um macho da espécie de 40 anos (que está um pouco acima do peso)
- uma criança de 3 anos (que vive de nariz entupido)
- uma cachorrinha maltês (que acha que é a líder da matilha).

Os três parecem combinar:
Pedro dá o rugido, Cecília completa com a respiração pesada e Peggy dá aquela gemida de cão.
E eu, insone, com os dentes trincados de nervoso, esperando a próxima sequência, sempre na mesma cadência, de intervalos calculados com tanta precisão pela natureza, que só me deixam mais louca:

... ronc.. sshhh... hummm...
1,2,3 recomeçando:
... ronc.. sshhh... hummm...

Às 5h30, levantei para relaxar.

P.s: Eles dizem que eu ronco também, mas nunca ouvi.

COMUNIDADE NOVA NO ORKUT: Sou uma Angeliquete!!!

Não é demais!!??
Quando eu ia pensar que alguém ia querer ser uma (ou um) Angeliquete?

Foi a leitora Perla Kahoane que teve a idéia dessa comunidade e mandou o link agora para mim: http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=41537579

Vamos começar a encher, galera!
O quê?

Vocês não sabem o que é uma (ou um) Angeliquete?
É quase uma Thundercat! (lembram do Lion?)

Uma gata/gato superpoderosa/o que gosta do que eu escrevo, ora...

Ou seja: Você mesmo!
(entra, pleaaaaaasse! Sou carentéssima, vocês sabem!)

P.S: Quais eram mesmo os nomes doa amigos do Lion?
Tinha uma lilás. Eu acho.

P.S. 2: - Errata!
O lilás era homem.
E era azul.
A menina se chamava Cheetara. Com pintinhas fashion.
Relembreei tudo isso em: http://www.thundercatsonline.hpg.ig.com.br/index2.html


Too much eighties?

FEIRA DO LIVRO DOS CORREIOS

Tava o maior calor,
eram 10h da manhã,
mas fã fiel é fã fiel!!!

Essas lindinhas saíram (ou mataram a aula, não sei bem, acho que elas me enganaram ) do colégio só para me ver na Feira do Livro dos Correios na semana passada!!

Muito poder, hein!!!




10.11.07

O primeiro FANFARRÃO era GREGO!

No Rio de Janeiro atual, a cada cinco palavras faladas, em qualquer conversa, em qualquer ponto da cidade, uma delas é fanfarrão.

A febre deve-se ao filme Tropa de Elite, com sua malandra verve carioca, responsável também por mais uns cinco ou seis bordões repetidos exaustivamente, mesmo por quem nem sequer viu o filme, entre eles, "Bota na conta do papa", "Essa p... é do aspira", "01, pede para sair..."

Só que há muitos anos atrás...

Tipo uns 200 antes do nascimento de Cristo...

... e uns mil, novecentos e setenta e tantos anos antes do nascimento de Wagner Moura...

Atenção para o momento blog é cultura:

.. A comédia grega Alazon...
... adaptada pelo romano Plauto, com o título original em latim Miles Gloriosus.
... e traduzida para o português como "O soldado fanfarrão"...,
mostrava as pavonices do militar (epa, cuidado com o trava-línguas) Pirgopolinices...


... um cara que vivia se vangloriando, mas que não passava de um... vocês sabem o quê.

O soldado fanfarrão, portanto, é um clássico do teatro, que acabou se tornando uma figura do imaginário ocidental e um termo comum do vocabulário militar...

Como uma pessoa apaixonada pelas palavras e pelas histórias, fico arrepiada só de observar a magia desses dois pontos se unindo:
Grécia A.C -- Rio III Milênio.

Palmas para a genialidade do primeiro tradutor que para substituir "gloriosus" não optou por glorioso, e sim fanfarrão!!
Esse é o cara!!

EXTRA: Meus pais confundiram meu celular com um disco voador!!!

Alguns fatos devem que ser mencionados para que não se tenha a impressão errada de que venho de uma dinastia de pessoas que vêem coisas por aí:

Fato 1 - Eles estavam dormindo e, portanto, não tinham a clareza de pensamento que a luz do dia nos dá.

Fato 2 - Eles estão às vésperas de viajar para os EUA, onde vão passar 4 meses, situação que os tem deixado um tanto apreensivos.

Fato 3 - As mensagens começaram a baixar no MEU celular às três da manhã, no escuro do quarto DELES!

Fato 4 - Como o celular era meu e havia sido esquecido por mim, eles nem desconfiavam da presença dele no local.

Fato 5 - Por estar dentro de um saco plástico, a luz azulada do visor se difundiu pelo teto. (Coisa para ganhar Oscar de efeitos especiais, levando-se em conta o grande impacto no público presente com tão baixo orçamento.)

Fato 6 - O saco plástico estava pendurado na maçaneta do armário e portanto balançava pra lá e pra cá, impulsionado pelo vibracall, criando um balé psicodélico de luzes pelo quarto.

Fato 7 - O barulho do meu vibracall realmente se assemelha ao som dos propulsores à fusão fria, utilizados pela maioria das naves alienígenas de pequeno porte hoje em dia.

Fato 8 - Eles chegaram a cogitar tratar-se de uma família de vaga-lumes roxos, mas acharam essa hipótese muito fantasiosa.

Precisa contar mais?

7.11.07

Carência Máxima

Até semana passada, a comunidade no orkut "Angélica Lopes é uma fofa" tinha 60 integrantes.

Hoje, mistério: tem 59!!!!

Posso saber QUEM saiu?!!!

(alguma alma caridosa pode entrar no lugar desse engraçadinho, por favor? Tenho um certo afeto por números redondos: http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=39539550)

5.11.07

Essa é para as Crianças!

Estou na coletânea de contos da revista Crescer,
que traz 15 histórias para os pequenos.

O nome do livro é "Contos do Quintal" e minha história é sobre
Madame Universa, infinita em sua beleza e em seu tédio,
até conhecer a minúscula Celeste, a menina que vivia olhando para o céu.

A ilustração aí de baixo mostra a gaveta onde Madame Universa guarda seus planetinhas de estimação.

Foi feita pela ilustradora Laís Dias.













Triste pergunta que não quer calar...

É possível se morrer de tétano em 2008 ?

Ontem, quatro pessoas que viram minha coxa machucada, após a queda no chuveirinho da praia, me perguntaram se eu estava com minha antitetânica em dia.

Mas eu pergunto:
- Quem sabe que é preciso estar com a anti-tetânica em dia?
- Quanto tempo vale uma anti-tetânica?
- Como se sabe que está na hora de renová-la?
- Quem faz esse controle?
- Anti-tetânica é com hífen ou tudojunto?

A verdade é que ninguém tem essas respostas.
E por causa disso estou condenada a uma doença idiota.
Vida e morte são muito injustas mesmo.

- A quem interessar possa: antitetânica é tudojunto, sem hífen, e vale por três anos.

4.11.07

Mercúrio-Retrô - meu estabanco vintage

Ontem, um dia antes do meu aniversário, meu inferno astral teve um fecho apoteótico.
Escorreguei no chuveirinho da praia, com a Cecília no colo, naquela areia meio enlameada, onde que todo mundo faz xixi (inclusive eu, mas não daquela vez).
Cara no chão, bunda para o alto, coxa rasgando no cimento, enquanto gritava para o Pedro resgatar -- não a mim, pois o estrago já estava feito -- mas pelo menos à Cecilia, que não tinha nada a ver com meu desequilíbrio, nesse caso apenas físico e não mental.

Minha coxa ficou tipo joelho de criança depois de levar um estabaco de bicicleta e me dei conta de que eu não sabia o que era um "ralado" há uns 20 anos.

Horas depois, lá estava eu comprando mercúrio cromo com minha mãe, pedindo pro meu pai botar um gelinho e sendo invadida por um delicioso torpor de me sentir com uns, o quê? 11 anos. No máximo.

Apesar de estar fazendo "ai, ui" até agora, desde ontem, estou com um delírio escapista de que, afinal de contas....
uma pessoa com a coxa besuntada de mercúrio cromo não está ficando tão velha, não é mesmo?

P.s: Aos que forem argumentar que mercúrio é coisa da terceira idade e que eu poderia ter comprado um nextcare ou um antiséptico com lidocaína, só um pedido: me deixem com a minha nostalgia, tá?
Hoje é meu dia.

31.10.07

Se vira nos 30 (e seis....)

Faltam 1, 2, 3 dias para eu virar a ampulheta
rumo à segunda metade da dezena 4.

E ainda continuo usando presilhas!













Abaixo, confira um recente momento presilhinha de (como diria meu amigo Logullo) uma SENHOURA de idade...
















Não dá para levar à sério.

29.10.07

Série Fenômenos do Cotidiano: Felicidade na fila dos correios

Sei que não sou Einstein (drã!) e que os grandes poetas já falaram bastante sobre a relatividade do tempo, mas vocês acreditam que hoje -- só por que estou no finalzinho das minhas férias --, fiquei feliz durante a meia hora que passei na fila do correio?






Palavra!!
O tempo correndo para todo mundo, menos para mim, que não tinha nada para fazer mesmo, já tinha viajado, voltado, dormido até mais tarde, assistido à sessão da tarde e acreditado em todos os mershans da Sonia Abrãao. Nem a urgência de me divertir eu tinha.

Sem nada na minha lista de tarefas,
a fila do correio não era mais um obstáculo ao compromisso seguinte.

Era apenas a fila do correio.

Podia ser assim sempre, né?

25.10.07

Estudo Antropológico: Peripécias do Vôo 873

Acompanhem atentamente o desenrolar dos fatos do último domingo, a bordo do vôo 873 Panamá-Rio.

Faz a gente pensar sobre as relações humanas:

Decolagem - 11h40. Os cerca de 200 passageiros ainda agem formalmente: Dá licença, 18A? Sorry, acho que o senhor está na minha poltrona, oh, excuse me, obrigado por escolherem Copa airlines, em breve iniciaremos o nosso serviço de bordo. São todos desconhecidos, a maioria nem fala a mesma língua.



Viagem - 7 horas de duração + 3 de fuso
Estamos confortavelmente protegidos em nossas bolhas. Os casais e pequenos grupos continuam fazendo a linha "não precisamos de ninguém", conversam baixinho entre si, lêem seus livrinhos, colocam o fone para mergulhar no filme exibido ou babam dormindo na poltrona. Nesse momento, o grupo Passageiros do Vôo 873 ainda não existe como grupo. Porém, um ou outro solitário, que não trouxe livro, que não está com sono ou que não se interessa pelo Dvd do Harry Potter e a Ordem de Fênix começa a puxar papo com quem está ao lado.
Na minha frente, um fazendeiro de Friburgo assusta um peruano: "No Rio, cuidado com as metralhadoras!". O tijucano residente em Miami (que depois me emprestaria o celular, motivo pelo qual ganhou minha graditão eterna), coloca panos quentes: "Também não é assim!"
21h48 - Ilusão de Pouso
O comandante anuncia: tripulação, prepapar para pouso no Rio de Janeiro. Todos Felizes. Eu bato palminhas, vou ver minha filha depois de 17 dias. Que fantástica a vida, não é mesmo?

21h55 - Algo está errado
Os aeroportos do Rio e de São Paulo estão fechados por mau tempo. Vamos para BH! Silêncio mortal. Ninguém fala, mas todos pensam a mesma coisa: " O avião está com defeito e vamos fazer pouso de emergência". Ou nos chocar com uma montanha em 5 segundos.... 4.. 3.. 2...
Toda vez que a aeromoça cruza o corredor com seu andar apressadinho, vc tenta ler na expressão do seu rosto algum sinal de tragédia. Enfim, passamos a nos sentir um grupo: vamos morrer juntos. Não exagera, Angélica! É só o mau tempo! Vamos acreditar no capitão. Seguro a mão do Pedro um pouco mais forte.

22h - Belo Horizonte - 3 horas de espera sem informação
Já em terra, o medo se dissipa e, agora, o grupo, quer saber o que aconteceu. Sim, porque todos ligam para os parentes e descobrem que o céu está estrelado, então, qual o motivo?? O capitão diz que é o tráfego, o caos no sistema de aviação brasileira, mas a metade já não acredita em suas palavras vãs. Aqueles que você mal cumprimentou no início agora são aliados, fazem grandes afirmações, polemizam: "O problema do brasileiro é que aceita tudo de cabeça baixa! Se fosse na Europa, a gente processava!". Há debates acalorados: "A culpa é da companhia estrangeira ou da centralização do controle de tráfego áereo?" É instigante ver como tudo se transformou. E, de repente, me sinto orgulhosa dos meus companheiros. Somos uma família.

00h - O stress e avacalhação
As septuágenarias lideradas pelo professor Eduardo e sua esposa Leila estão se portando superbem.
O menino de 1 ano, Arturo, também é um gentleman.
Tirando eles, a maioria descamba para os dois comportamentos básicos do desespero:
1 - A briga
2 - O relaxa e goza
Do lado dos estressados, a fumante, alegando abstinência de nicotina, ameaçava fumar no banheiro o que faria o avião explodir. Só sossegou quando o comissário disse que chamaria a polícia federal.
- o vulgo "Cowboy" esculhamba a pobre aeromoça panamenha, com um terço de seu tamanho. "Eu meto a boca mesmo! São uns canalhas!" bradava.
Do lado dos que resolveram fazer festa,
- o bebum da 1a. Classe, depois de acabar com o estoque de whisky, fazia piadinhas sobre o problema ser a gasolina e o capitão não ter o cartão petrobrás. Só que o único de tanque cheio por ali era ele.
- já os bailarinhos da companhia de dança que vinha de uma apresentação na América Central roubaram os pacotinhos de pretzel do avião e atiravam para os passageiros, dizendo: "quem quer bacalhau?" Ganharam o prêmio originalidade da noite.

2h da manhã - Desfecho
Meu alívio também foi minha frustração. Finalmente, o que parecia distante aconteceu - o avião decolou e chegamos em casa. Com pressa, todos pegaram suas bagagens e saíram sem olhar para trás. Ninguém se despediu. Depois de tanta união pela coletividade, todos voltaram a fazer aquele olhar de peixe-morto que estampamos no elevador ou no ônibus lotado para nos convencer da invisibilidade dos outros.
No táxi, rumo ao esperado reencontro com minha filha, ainda podia ouvir a doce voz do Professor Eduardo tranquilizando suas velhinhas.
"Poxa..", pensei, saudosa, "Eles nem ficaram sabendo meu nome".
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p.s: A explicação oficial, juntando informações daqui e dali como uma colcha de retalhos, foi que o aeroporto de Sp estava fechado por mau-tempo, então o Rio estava congestionado, e o avião teria que ficar sobrevoando para esperar a vez. Porém, não havia gasolina suficiente para essas voltinhas, então paramos em BH para encher o tanque. Nisso, você perde a prioridade e fica esperando duas horas sua liberação.

24.10.07

Apelidos de Infância: "Conta! Conta! Conta!"

Ontem estive no colégio S. José, no Rio, e falamos muito sobre apelidos.

Descobri que só na quinta série, tinha um Nareba, um Boba, um Gota e outros mais que não deu para decorar...
Atendendo a pedidos insistentes de "Conta! conta! conta!", tive que revelar o MEU apelido de infância, que não era nada honroso, garanto.

Acabei fazendo a minha confissão, mas antes, obriguei todo mundo a JURAR pela mãe morta e seca debaixo da cama que ninguém ia rir de mim, nem fazer corinho do apelido.

O quê?
Vocês, leitores do blog, também querem saber do que me chamavam quando eu tinha 12 anos?

Pois vão ficar na saudade...

Perguntem a essa galera aí embaixo.


P.S 1: O clima parece de bagunça, mas foi uma palestra séria, porque sou uma escritora séria, uma intelectual.

Ps. 2: Quando falei que não valia jogar bolinha de papel na escritora, um menino mostrou uma bolinha, já preparada, que estava escondida.

Gesto bonito, não?

23.10.07

All Inclusive

Voltei de fériassssss!!! Lindamente bronzeada, mas tetricamente gorda!

Fiquei num hotel All Inclusive no México -- que não significa apenas "Tudo Incluído", mas "Coma tudo o que puder e exploda em breve, igualzinho a americana obesa sentada ao seu lado que acaba de engolir a última garfada de bacon frito e respira fundo antes de encarar o waffle com pasta de amendoim e karo")

No curto espaço de uma refeição, você se levanta 20 vezes para checar o buffet e repetir aquela comida à quilo de quinta, em que o bife de ontem já virou o picadinho de hoje e será o croquete de amanhã...
Argh... Estou entupida, estufada, sufocada. Meu estômago dilatou e agora quero que ele encolha. Sem cirugia ou balão intragástrico.

Por que Pedro não me sacudiu para tentar me trazer de voltar à realidade das 1500 calorias/dia?

Talvez ele tivesse conseguido me tirar do transe que acomete os turistas all inclusive.

Aquele vício, aquelas idas e vidas.
"Viu que hoje tem sobremesa nova?"
"Vamos provar as batatas? Reparou que são diferentes das de ontem."
"Para não perder a viagem, já peguei logo três pedaços de bolo..."

Pessoas com propensão à compulsão deviam ser vetadas nesses lugares.
Mas, afinal....
.... foi para elas que o conceito foi criado...
Mesmo assim, não quero ser uma americana obesa!
Não quero vestir XXL!
Problema: ainda estou comendo os mini-Lindts que comprei no free shop do aeroporto...
Terei eu salvação?

29.9.07

Bienal


O que um escritora mais gosta no mundo é saber o que os leitores acharam do seu livro!
A gente consegue isso de três maneiras:
- pela internet (ainda bem que inventaram esse treco! Já imaginou não ter 600 leitoras cadastradas no meu orkut, falando comigo sem intermediário e sem cerimônia? Ia ser muito solitário!)
- Palestras
- e Feiras de Livro.

A Bienal é a maior feira de Livro da América Latina e eu estava lá mais uma vez para falar, falar, falar, conversar, trocar idéias, tirar fotos, conhecer minhas leitoras antigas, minhas futuras leitoras, outros escritores, comprar livros, comer pão de queijo, assistir debates.

Pena que dura pouco.
No meu vibe, já tem algumas fotos do que rolou por lá.
Dá uma olhada:
www.vibeflog.com.br/angelicalopes1


28.9.07

Como diria seu Jajá: TÔ DOIDA, TÔ DOIDA, TÔ DOIDA

Foram tantas emoções nas últimas semanas que fiquei até com preguiça de escrever... Logo eu - que sou escritora!!!
Quinze dias de Bienal,
Amanhã tem lançamento do Sr. Avesso,
Ontem, dei palestra num colégio,
Na terça, viajo para São Paulo à trabalho,
Na quinta, férias no México!!!!

Tudo coisa boa, está certo, mas organizar essa gincana está me deixando ZURETA. Sente só:
- Ontem, peguei o metrô na direção errada e só me dei conta na Uruguaiana.
- No memso dia, cheguei ao consulado do México para pegar visto num horário que eles já tinham fechado, mesmo tento lido mil vezes o papelzinho que dizia de 13H30-14.
- Fui tomar vacina de febre amarela, sem levar nenhum documento e não consegui ser vacinada.

E a principal: Fui à escola Cambaúba, na Ilha, e quando estava falando sobre "relações SOCIAIS", falei relações ... sabe o quê? Adivihem?!!! Uma pista: começa com "Sex....".

Eu lá, na frente dos 75 alunos da 6 série, com a professora e a coordenadora me olhando, falando "relações sexu...". É claro que a galera foi à LOUCURA! Teve gente subido no teto de tanto "Uhuhuhuhu!", mas acho que a minha fama de escritora séria foi por água abaixo....

Mas tudo bem. Não sou uma escritora muuuuuuito séria mesmo, né?
A imagem aí embaixo prova que, pelo menos, a galera se divertiu!

8.8.07

Matéria na Atrevida



A Atrevida desse mês traz uma matéria com várias escritoras nacionais e internacionais dando dicas para quem sonha em lançar seus próprios livros.


Problema: minha foto saiu horrível!

Abaixo, o trecho que fala de mim...






Angélica Lopes
Como começou
Ela sempre era a primeira a se inscrever nos concursos literários da escola e, na adolescência, sonhava ser escritora. Mas Angélica desistiu do sonho, foi estudar Jornalismo e virou roteirista de um programa de TV para adolescentes. Só aos 29 anos conseguiu publicar seu primeiro livro. Hoje, já tem quatro livros para adolescentes publicados e está preparando o quinto, Micos de Micaela, para lançar em setembro.

Dicas para quem quer escrever
. Não desista por causa dos “nãos” que levar das editoras. Segundo Angélica, é muito difícil publicar um livro logo de cara, ainda mais na adolescência.
. Treine sempre, pois escrever é um exercício.

Sugestões de leituras
Os Miseráveis, de Victor Hugo
Qualquer romance de Honoré de Balzac e qualquer romance de Jane Austen

Livros lançados
Coleção Melhores Amigas
. Plano B – Missão Namoro
. Fotos Secretas – Missão Viagem
. Conspiração Astral – Missão Amizade
. Vida de Modelo

Site
http://www.angelicalopes.com.br/

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OBS: Aqui para o blog, recortei só parte que me toca, mas o conteúdo completo, com Meg Cabot, Cecily von Ziegesar e Thalita Rebouças, está no link:
http://atrevida.uol.com.br/revista/Edicoes/156/artigo57468-1.asp

BJSS

15.7.07

Fala Sério, Amor!

Olha que gatas charmosas - e ainda intelectuais!

Eu e Thalita Rebouças, no evento totalmente dela, lá na Saraiva do Rio Sul (lançamento do Fala Sério, Amor!), que fui prestigiar e acabei no palco...
Pela foto, tô meio tampinha.
Acho que Thali trapaceou no salto.
Só pode!
Quem tirou a foto não foi o Cal, sempre de máquina a postos,
como supermaridão da Thalita.
Foi a Lalá, que é do Fã-clube dela. Dêem uma passada, vejam que fofo e se inscrevam: