7.12.07

A cultura do esculacho se agrava no fim-de-ano

É só chegar dezembro e a temperatura subir para o Rio de Janeiro virar a capital mundial do esculacho.
Todo mundo com pressa, tentando comprar os presentes de Natal, enfrentando a fila das lojas americanas, se maldizendo por ter esquecido de pegar o durex na ida para o caixa, contando os minutos para chegar logo a folga de fim-de-ano, e o suor escorrendo, e as ruas lotadas, e o trânsito, e os turistas, e os pedintes, e os 171s, e os meliantes...

A cidade vai se transformando num Todos X Todos.
Ontem, entrei no ônibus com uma nota alta na mão e o cobrador simplesmente me EXPULSOU:
- Tem troco, não. Vai ali no pipoqueiro trocar.


Vou repetir:
"Vai ali no pipoqueiro trocar!"

Ele queria que eu saísse do veículo, comprasse um saco de pipoca, mesmo estando de dieta, mesmo não gostando tanto assim de pipoca, para fazer o trabalho dele que é de o TROCADOR (ou seja: pessoa que troca o dinheiro, hellou).

Isso sem contar que o pipoqueiro,
que vende o saquinho a 2,00,
mais barato que o preço da passagem (que era um frescão de 3,70),
só de olhar para minha nota também ia acabar
me mandando comprar uma palavra-cruzada no jornaleiro,
que me mandaria comer um pão de queijo no Rei do Mate,
que me perguntaria por que eu não dava uma passada lá na fármacia Pacheco, para ver se eu encontrava um Afrin...


De esculacho em esculacho, eu iria sendo massacrada em
em todas as biroscas cariocas até chegar em casa - a pé!

Diante dessa perspectiva e já meio esmagada e catatônica pelos
diversos episódios desse nível que ocorreram durante o meu dia, fui fraca e simplesmente aceitei:
- Eu vou. Mas senhor vai ter que me esperar, hein!

Olha como são as coisas: chamei ele de senhor!
Dei três passos para fora, olhei para aquela montanha de pipocas-doce e, num lapso de lucidez, peguei outro ônibus.
E ele, claro, não me esperou.

Cansativo, né?

p.s: Foi por causa de um desses esculachos
que não irei a São Gonçalo no sábado. Peço desculpas às meninas que estavam animadas,
principalmente à Mari e à Lílian, e prometo que vou arranjar outro jeito da gente se encontrar.

p.s: Leia o post abaixo e opine: será que fui esculachada só por que estou com lepra no nariz? Faria sentido...

3.12.07

Nasceu uma couve-flor no meu nariz

Você quer mostrar ao mundo que está ÓTIMA,
... que a demora na obra do seu apartamento é uma boa oportunidade para treinar o desapego dos bens materiais,

... que o plantão de Ano Novo vai ser animado,

... que o fato de sua mãe estar a 24 mil kms não te afeta, já que você é uma mulher adulta,

... que sua irmã mais nova estar em trabalho de parto há 10 horas, sem que o neném nasça, é uma coisa da natureza da vida, afinal, se ela fosse índia...

... e que a ausência do seu marido dois domingos sim, um não, é apenas uma fase transitória no trabalho dele.

Mas, apesar do seu esforço, ela aparece. E mostra ao mundo que tudo isso talvez seja demais para você: a herpes no nariz.

Primeiro Dia - Surgem pequenas bolhas aguadas e meio vivas. Todo mundo começa a te olhar estranho na rua.

Quarto dia - As bolhas viram feridas purulentas e as pessoas mais próximas deixam de gostar de você. Seu marido não te beija mais, seu chefe desvia o olhar. Você não pára de cutucar num processo totalmente autodestrutivo.


Sexto Dia - As casquinhas começam a soltar e você é tratada pior do que uma leprosa. Mas nem tudo está perdido: o fim está próximo e o ciclo da doença já vai terminar.
Reze para não ter uma recaída!


Olha ela aí, ainda na fase inicial, presente em todas as fotos, no evento no Terrazza do Via Parque.
Ache a herpes nas imagens abaixo...
Quatro amigas, quatro livros - cada uma levou um! Oba!

Gabriel Vieira e Nathália Souto: Camila e Bruno de "Plano B - A PEÇA."

Casal gracinha: Laís e Júnior, ele quase pedeu o jogo!