19.8.13

Síndrome de Sinhá Moça

Ok, confesso: sofro da grave Síndrome da Senhorinha de Época.

Tô aqui conectada, o iphone do lado, teclando hastags no estilo ‪#‎olhemcomosouantenada‬, mas é só bater o olho numa das liseuses de Renoir, tipo essa aí do lado... 
...para me dar uma vontade louca de fazer um coque e
morrer de tuberculose aos 30.
#‎sóquenão‬, ‪#‎PerdeuoTimmingTuberculose‬, #JáTemosPenicilina 


Deve ser coisa de vidas passadas ou transtorno de personalidade. Só pode.
Da prateleira atrás de mim, as irmãs Brönte me olham sérias -- como só sabe olhar quem já sentiu o vento uivante no cangote.
Elas mandam eu ligar meu tablet imediatamente e viver a minha de acordo com o meu tempo. "Você nasceu na época das células-tronco, garota, tá reclamando de quê? Eu, hein."

Elas estão certas, preciso me controlar. Mas, antes, posso pelo menos dar uma tossidinha?

6.8.13

Dicionário de Criancês - primeiros verbetes ilustrados

Tentei amarrar minhas mãos, não postar antes do lançamento, mas não deu. Sou uma pessoa fraca e o resultado está lindo demais: esses são os primeiros verbetes de “Dicionário de Criancês”, meu próximo infantil, com lançamento em breve pela Escrita Fina. Ilustrações divertidísimas e cheias de cor de Junião.

Musa de olhos verdes

Opções para a página da dedicatória de "Dicionário de Criancês", homenageando, claro, à musa desse importante estudo linguístico.
Ela, Cecília Lopes, candidata à um pufe cativo na Academia Brasileira de Letras Coloridas,

27.4.13

Colégio São Paulo

Participei dessa rodinha-delícia na Biblioteca do Colégio São Paulo, RJ, a convite da minha amiga, escritora e professora Cristina Villaça, que está ali sentadinha ao meu lado. 
As crianças do 3o. ano tinham lido a "A Coitadinha" e estavam cheias de perguntas espertíssimas, como, por exemplo:
- Quantas versões você faz até achar que um livro está bom? 
Uau! E eles só tem 8 anos. 
Imagina quando crescerem.

Parabéns ao grupo de professoras, responsáveis por fazê-los pensar além do "Qual é o seu livro preferido?"

O Primeiro Concurso Literário a Gente Nunca Esquece

Ganhei o concurso literário da minha escola quando tinha 10 anos, concorrendo com um dos meus futuros best-sellers já mostrados aqui e ainda não publicados: "Kiki, a Minhoquinha que não tinha onde morar" (pois era claustrofóbica e se recusava a viver debaixo da terra). 
O prêmio que ganhei nesse concurso foi um livro intrigante, nem tanto pelo seu conteúdo, mas por sua escolha. 
Poderia ser um Monteiro Lobato? Sim.
Poderia ser um Machado?
Sim.
Ruth Rocha? Ana Maria Machado? Sim, sim. 



Mas não era nenhum desses.
Era um Mademoiselle Delly, pseudônimo dos irmãos franceses Jeanne e Fréderic, espécie de Sabrina da década de 30, com mais de 200 títulos lançados, todos em produção industrial, seguindo a fórmula fechada de "Moça-pobre-sofre-e-depois-casa-com-cara-rico-que-era-meio-frio-no-ínicio-mas-se-redime-pelo-amor".

Na época, lembro de agradecer meio sem jeito para a professora e ficar tentando entender porque aquele livro estava nas minhas mãos. 


Pouco tempo depois - já que a infância tem pressa e não é dada a elucubrações mais densas -, cheguei às seguintes conclusões:

1 - A coleção chamava-se  Biblioteca das Moças, então, isso significava que eu já era uma moça. 
10 anos, caramba!

2 - E mais óbvio ainda: a moça da capa era linda e loura. Como eu me sentia na época.

Ou seja: o prêmio só podia ter sido escolhido pela capa e em minha própria homenagem. (Como vocês podem ver a modéstia é inversamente proporcional à idade e passei anos acreditando cegamente nessa teoria)

Hoje, reencontrei por acaso a linda e loura moça da capa na minha estante. 
Ela estava com seu casto vestidinho azul, olhando para mim, como quem diz:
"Hum, você já faz luzes? O meu continua natural."

Claro que não vou resistir a redescobrir o que há por trás de 

"A Casa dos Rouxinóis". 

Quem sabe venha desse prêmio a minha veia folhetinesca?