31.10.07

Se vira nos 30 (e seis....)

Faltam 1, 2, 3 dias para eu virar a ampulheta
rumo à segunda metade da dezena 4.

E ainda continuo usando presilhas!













Abaixo, confira um recente momento presilhinha de (como diria meu amigo Logullo) uma SENHOURA de idade...
















Não dá para levar à sério.

29.10.07

Série Fenômenos do Cotidiano: Felicidade na fila dos correios

Sei que não sou Einstein (drã!) e que os grandes poetas já falaram bastante sobre a relatividade do tempo, mas vocês acreditam que hoje -- só por que estou no finalzinho das minhas férias --, fiquei feliz durante a meia hora que passei na fila do correio?






Palavra!!
O tempo correndo para todo mundo, menos para mim, que não tinha nada para fazer mesmo, já tinha viajado, voltado, dormido até mais tarde, assistido à sessão da tarde e acreditado em todos os mershans da Sonia Abrãao. Nem a urgência de me divertir eu tinha.

Sem nada na minha lista de tarefas,
a fila do correio não era mais um obstáculo ao compromisso seguinte.

Era apenas a fila do correio.

Podia ser assim sempre, né?

25.10.07

Estudo Antropológico: Peripécias do Vôo 873

Acompanhem atentamente o desenrolar dos fatos do último domingo, a bordo do vôo 873 Panamá-Rio.

Faz a gente pensar sobre as relações humanas:

Decolagem - 11h40. Os cerca de 200 passageiros ainda agem formalmente: Dá licença, 18A? Sorry, acho que o senhor está na minha poltrona, oh, excuse me, obrigado por escolherem Copa airlines, em breve iniciaremos o nosso serviço de bordo. São todos desconhecidos, a maioria nem fala a mesma língua.



Viagem - 7 horas de duração + 3 de fuso
Estamos confortavelmente protegidos em nossas bolhas. Os casais e pequenos grupos continuam fazendo a linha "não precisamos de ninguém", conversam baixinho entre si, lêem seus livrinhos, colocam o fone para mergulhar no filme exibido ou babam dormindo na poltrona. Nesse momento, o grupo Passageiros do Vôo 873 ainda não existe como grupo. Porém, um ou outro solitário, que não trouxe livro, que não está com sono ou que não se interessa pelo Dvd do Harry Potter e a Ordem de Fênix começa a puxar papo com quem está ao lado.
Na minha frente, um fazendeiro de Friburgo assusta um peruano: "No Rio, cuidado com as metralhadoras!". O tijucano residente em Miami (que depois me emprestaria o celular, motivo pelo qual ganhou minha graditão eterna), coloca panos quentes: "Também não é assim!"
21h48 - Ilusão de Pouso
O comandante anuncia: tripulação, prepapar para pouso no Rio de Janeiro. Todos Felizes. Eu bato palminhas, vou ver minha filha depois de 17 dias. Que fantástica a vida, não é mesmo?

21h55 - Algo está errado
Os aeroportos do Rio e de São Paulo estão fechados por mau tempo. Vamos para BH! Silêncio mortal. Ninguém fala, mas todos pensam a mesma coisa: " O avião está com defeito e vamos fazer pouso de emergência". Ou nos chocar com uma montanha em 5 segundos.... 4.. 3.. 2...
Toda vez que a aeromoça cruza o corredor com seu andar apressadinho, vc tenta ler na expressão do seu rosto algum sinal de tragédia. Enfim, passamos a nos sentir um grupo: vamos morrer juntos. Não exagera, Angélica! É só o mau tempo! Vamos acreditar no capitão. Seguro a mão do Pedro um pouco mais forte.

22h - Belo Horizonte - 3 horas de espera sem informação
Já em terra, o medo se dissipa e, agora, o grupo, quer saber o que aconteceu. Sim, porque todos ligam para os parentes e descobrem que o céu está estrelado, então, qual o motivo?? O capitão diz que é o tráfego, o caos no sistema de aviação brasileira, mas a metade já não acredita em suas palavras vãs. Aqueles que você mal cumprimentou no início agora são aliados, fazem grandes afirmações, polemizam: "O problema do brasileiro é que aceita tudo de cabeça baixa! Se fosse na Europa, a gente processava!". Há debates acalorados: "A culpa é da companhia estrangeira ou da centralização do controle de tráfego áereo?" É instigante ver como tudo se transformou. E, de repente, me sinto orgulhosa dos meus companheiros. Somos uma família.

00h - O stress e avacalhação
As septuágenarias lideradas pelo professor Eduardo e sua esposa Leila estão se portando superbem.
O menino de 1 ano, Arturo, também é um gentleman.
Tirando eles, a maioria descamba para os dois comportamentos básicos do desespero:
1 - A briga
2 - O relaxa e goza
Do lado dos estressados, a fumante, alegando abstinência de nicotina, ameaçava fumar no banheiro o que faria o avião explodir. Só sossegou quando o comissário disse que chamaria a polícia federal.
- o vulgo "Cowboy" esculhamba a pobre aeromoça panamenha, com um terço de seu tamanho. "Eu meto a boca mesmo! São uns canalhas!" bradava.
Do lado dos que resolveram fazer festa,
- o bebum da 1a. Classe, depois de acabar com o estoque de whisky, fazia piadinhas sobre o problema ser a gasolina e o capitão não ter o cartão petrobrás. Só que o único de tanque cheio por ali era ele.
- já os bailarinhos da companhia de dança que vinha de uma apresentação na América Central roubaram os pacotinhos de pretzel do avião e atiravam para os passageiros, dizendo: "quem quer bacalhau?" Ganharam o prêmio originalidade da noite.

2h da manhã - Desfecho
Meu alívio também foi minha frustração. Finalmente, o que parecia distante aconteceu - o avião decolou e chegamos em casa. Com pressa, todos pegaram suas bagagens e saíram sem olhar para trás. Ninguém se despediu. Depois de tanta união pela coletividade, todos voltaram a fazer aquele olhar de peixe-morto que estampamos no elevador ou no ônibus lotado para nos convencer da invisibilidade dos outros.
No táxi, rumo ao esperado reencontro com minha filha, ainda podia ouvir a doce voz do Professor Eduardo tranquilizando suas velhinhas.
"Poxa..", pensei, saudosa, "Eles nem ficaram sabendo meu nome".
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p.s: A explicação oficial, juntando informações daqui e dali como uma colcha de retalhos, foi que o aeroporto de Sp estava fechado por mau-tempo, então o Rio estava congestionado, e o avião teria que ficar sobrevoando para esperar a vez. Porém, não havia gasolina suficiente para essas voltinhas, então paramos em BH para encher o tanque. Nisso, você perde a prioridade e fica esperando duas horas sua liberação.

24.10.07

Apelidos de Infância: "Conta! Conta! Conta!"

Ontem estive no colégio S. José, no Rio, e falamos muito sobre apelidos.

Descobri que só na quinta série, tinha um Nareba, um Boba, um Gota e outros mais que não deu para decorar...
Atendendo a pedidos insistentes de "Conta! conta! conta!", tive que revelar o MEU apelido de infância, que não era nada honroso, garanto.

Acabei fazendo a minha confissão, mas antes, obriguei todo mundo a JURAR pela mãe morta e seca debaixo da cama que ninguém ia rir de mim, nem fazer corinho do apelido.

O quê?
Vocês, leitores do blog, também querem saber do que me chamavam quando eu tinha 12 anos?

Pois vão ficar na saudade...

Perguntem a essa galera aí embaixo.


P.S 1: O clima parece de bagunça, mas foi uma palestra séria, porque sou uma escritora séria, uma intelectual.

Ps. 2: Quando falei que não valia jogar bolinha de papel na escritora, um menino mostrou uma bolinha, já preparada, que estava escondida.

Gesto bonito, não?

23.10.07

All Inclusive

Voltei de fériassssss!!! Lindamente bronzeada, mas tetricamente gorda!

Fiquei num hotel All Inclusive no México -- que não significa apenas "Tudo Incluído", mas "Coma tudo o que puder e exploda em breve, igualzinho a americana obesa sentada ao seu lado que acaba de engolir a última garfada de bacon frito e respira fundo antes de encarar o waffle com pasta de amendoim e karo")

No curto espaço de uma refeição, você se levanta 20 vezes para checar o buffet e repetir aquela comida à quilo de quinta, em que o bife de ontem já virou o picadinho de hoje e será o croquete de amanhã...
Argh... Estou entupida, estufada, sufocada. Meu estômago dilatou e agora quero que ele encolha. Sem cirugia ou balão intragástrico.

Por que Pedro não me sacudiu para tentar me trazer de voltar à realidade das 1500 calorias/dia?

Talvez ele tivesse conseguido me tirar do transe que acomete os turistas all inclusive.

Aquele vício, aquelas idas e vidas.
"Viu que hoje tem sobremesa nova?"
"Vamos provar as batatas? Reparou que são diferentes das de ontem."
"Para não perder a viagem, já peguei logo três pedaços de bolo..."

Pessoas com propensão à compulsão deviam ser vetadas nesses lugares.
Mas, afinal....
.... foi para elas que o conceito foi criado...
Mesmo assim, não quero ser uma americana obesa!
Não quero vestir XXL!
Problema: ainda estou comendo os mini-Lindts que comprei no free shop do aeroporto...
Terei eu salvação?