Que estrago mental pode sofrer uma pessoa submetida a um vôo lotado e atrasado da Gol, com saída do longínqüo Galeão, em que ela vai espremida, entre dois indivíduos antipáticos, tentando disfarçar com sorrisinhos e conter na força do bíceps direito(que ela não malha há 1 ano e meio), uma criança cheia de energia, de também exato 1 ano e meio, sempre tentando evitar que:
1- o bebê babe no senhor ao lado, que parece ser o conferencista-mor do congresso a que todos os passageiros estão se dirigindo.
2 - que os bichinhos little people carissímos e recém-comprados rolem muitas poltronas à frente da sua fileira.
3 - que o bebê chore ou tenha medo durante a turbulência
E, após aterissagem, encontrar SP a 14 graus, sendo que o bebê em questão está sem casaco, e, por uma infeliz coincidência, também está com a calça molhada, uma vez que a única maneira que você encontrou de mantê-lo calmo durante a turbulencia foi afogá-lo em água de coco e suco del valle de manga oferecido pelo serviço de bordo.
E, já no táxi, descobrir que a Av. Pedro Álvares Cabral está com o trânsito congelado por causa de uma manifestação contra o Severino Silva, em frente a Assembléia Legislativa, e que todo o batalhão de choque da polícia de SP está lá para garantir a ordem, e que, na melhor das hipóteses, haverá ainda uma hora até o destino final.
E, tudo isso, claro, cantando "alecrim, alecrim dourado que nasceu no campo sem ser semeado", a despeito da presença dos conferencistas, do táxista, dos manifestantes e do batalhão de choque.
E, ao chegar ao lar doce lar, antes mesmo de fazer xixi, ter que tranqüilizar as vovós preocupadas com o sumiço do bebê.
E ainda levar uma puxada de orelha do do pai do bebê por não ter tido tempo de pagar a conta do celular dele.
bandeira branca amor, não posso mais.
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