Contrariando totalmente a regra de que não se deve comer "nada que cisque para trás" no último dia do ano.
(No caso: as aves e alguns crustáceos, apesar dos crustáceos não ciscarem, pelo menos até onde eu saiba).
A superstição se vale de seguinte lógica: existiria alguma ligação mágica entre o que vc come nessa refeição e o que está para acontecer nos 365 dias seguintes.
Portanto, ao comer algo que cisque para trás, você determina que sua vida também andará para trás. E pior: durante o ano todo.
Ou seja: aqui estou eu, praticamente de volta ao início de 2005!!
A verdade é que fui ludibriada.
Na hora da ceia, o chester apareceu camuflado, desfiado entre o pernil e o bacalhau.
Depois de algumas taças de champanhe, meus reflexos estavam lentos para reconhecer uma ave naqueles trajes! Só me dei conta quando já tinha engolido uns dois pedaços. Tarde demais para cuspir.
Meu anfitrião, que comia sem medo, tentou me tranquilizar:
- O chester é uma ave de laboratório, criada em terríveis condições de cativeiro, quase imobilizada. Ela simplesmente não cisca. Nem para frente, nem para trás.
Pedro também tentou ser positivo:
- O chester tem um peito superdesenvolvido, que faz ele pender para frente toda vez que anda.
Os argumentos tinham lá sua lógica. Mesmo assim preferi me empanturrar de lentilha para compensar.
(obs: seguindo a teoria, a lentilha por ser um grão represantaria colheita, que por sua vez representaria fartura, que garantiria, portanto, riqueza a quem come deste grão na última ceia.
O mesmo não vale para soja, feijão, ou ervilha. Não me perguntem porquê.)
Um comentário:
Angel, ser supersticiosa dá o maior azar, sabia? ;-p
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