10.8.10

Chegou! A caixa de Ficadas e Ficantes e Minha Carência Postal


O carteiro da minha rua talvez não sabia a influência que ele tem sobre os meus estados mentais. Receber algo, esperando ou não, sem saber a que horas será, pode tornar a existência de alguém bem eletrizante.

Sinais de fumaça, bilhetinhos perfumados do século XIX, "pi" do celular recebendo um torpedo.

Se alguém diz: "Te mando por email", meu dedo nervoso fica apertando ininterruptamente o botão do Enviar e Receber, mesmo sabendo que a possibilidade de algo chegar milésimos de segundo após minha útima conferência é praticamente nula.

Tenho inveja dos vizinhos que têm pilhas de cartas mais altas do que a minha, mesmo sabendo que a maioria é de contas a pagar.

Minha carência postal aumenta quando o objeto de desejo é uma caixa.
- Essa caixa é pra mim, Zé?
- Noup.
- Mas aquele saco escrito Express é pra mim, certo?
- Noup.
- Nem o extrato da CEG?!
- Nada hoje, Dona Angélica. Sinto muito.

Quando Zé vira, leio o nome dos felizardos que terão o marasmo de suas tardes agitados por aquelas supresas. "Dona Hilma, do 405?" Argh. Nojenta. Quem enviaria uma encomenda rápida com carimbo confidencial para ela? Mundo injusto.

Esperar ainda é pior.
Para mim, claro. (e um pouco para o Zé também, eu acho.)
- E aí, Zé?
- Que?
- Já chegou?
- Noup.
- É uma caixa, assim, mais ou menos desse tamanho...
- A senhora já disse ontem. E anteontem também.
- De papelão.
- O elevador taí, D. Angélica.
- Qualquer coisa, me chama pelo interfone, ñada de cerimônia.
- Quer que eu aperte o botão do andar pra senhora?
- O carteiro passa às tres, né? Quem sabe hoje.
- É. Quem sabe.

Às tres em ponto, o interfone toca, saio correndo. É ela!
- Zé?!
- Ih, desculpa, D. Angélica. Liguei errado. Queria mesmo era falar com a D. Hilma.

Hoje, porém, a maior caixa da portaria - rará! - tinha o meu nomezinho nela. Toda envolta com aquele durex que embala coisas valiosas. Só faltou mesmo o papel bolha.

Nela, exemplares de FICADAS E FICANTES, meu novo livro juvenil, lançamento da Rocco, para a Bienal SP.

Peggy ia passear para fazer cocô, mas teve que segurar, já que minha urgência era muito maior do que a dela: em busca de um estilete para abrir a caixa ali mesmo.

Afinal, algum vizinho poderia aparecer e eu não perderia aquela chance de me exibir.

P.S.: Festa de lançamento em setembro. Aguardem ansiosamente o convite - pelo correio, claro.

3 comentários:

Anônimo disse...

Aushaushaushaushaushaush...
Fiz exatamente a mesma coisa hoje...Fiquei apertando enviar e receber o dia todo, por um e-mailq ue não chegou :(
Mas cheguei em casa e encontrei no meu orkut um recado/presente de aniversário lindo!
Obrigada gatona...Só você mesmo pra me presentear com esses eventos! rsrsrsrs
Por isso que amo essa escritora!
Beijão lindona
Muita sorte!!!!

Victoria Lopez disse...

Ola!!td beem???Entao,a capa do seu livro esta liiinda!!já estou louca pra leeer!!!!já sou sua fa!!!!beijoooos

Camilla Barbosa disse...

Caraca, descobri os seus livros agora e já estou me apaixonando.
Quer dizer não li nenhum, mas vi a resenha da Karlinha do Coffie. Você faz parceria faz? rs

Se você com esses livros publicados fica assim, imagina eu quando publicar o meu primeiro.

Adorei. Parabéns!
Beijão.