23.10.08

Voltei. Na foto, eu e Borges no Café Tortoni.

"Na ardente manhã de fevereiro em que Beatriz Viterbo morreu, depois de uma imperiosa agonia que não cedeu um só instante nem ao sen­timentalismo nem ao medo, notei que os painéis de ferro da Praça da Constituição tinham renovado não sei que anúncio de cigarros; o facto doeu-me, pois compreendi que o incessante e vasto universo já se afastava dela e que essa mudança era a primeira de uma série infinita."

O Aleph

2 comentários:

Anônimo disse...

Angélica, que surpresa, você é fã de Borges?! Ou tá só tirando onda? Um conhecido meu argentino dizia que Borges é literatura de menino, que as mulheres se identificavam mesmo era com o Cortázar. Machismo à parte, não sei se é fato, mas que é raro ver mulher citando Borges, ah, isso é. Parabéns pelo bom gosto. O "Aleph" é um dos contos mais belos e sentimentais que eu conheço.

PC

Angélica Lopes disse...

Esse início é lindo demais. A vida continua já no minuto seguinte após a morte. Como diria Zeca Pimenteira (mostrando que temos referências bem ecléticas e extremas, digamos assim): "Queria começar um conto assim..."(ARREGALA OLHO)